terça-feira, abril 26, 2011

Vamos seguindo, ao sabor do vento…

Desde Janeiro que não escrevia umas palavras aqui no meu blog pois tenho andado bastante ocupado na minha actividade profissional. Hoje regressei ao serviço após umas férias durante a semana santa. A pausa foi curta e encontrei tudo tal e qual deixei, a mesma pendência, o mesmo ritmo, as mesmas pessoas, a mesma cidade… Sinto-me menos cansado e optei por um regresso calmo e controlado. Tal é que resolvi dar uma palavrinha, um desabafo. Desde o meu último texto passaram três meses e muita coisa aconteceu. Atingi os 40 anos e penso que atingi também (mais coisa, menos coisa) o meio da minha vida. Não espero que seja assim uma conta fácil de fazer pois estaria a entrar em contagem decrescente, se bem que estamos nessa conduta desde o momento em que nascemos. Como sempre temos de seguir um dia de cada vez, com calma e gozando o bom e o mau desta nossa vida. Para além do meu relógio biológico também o planeta avança no tempo, também ele envelhecendo e regenerando-se. A natureza vai manifestando aqui e ali a sua essência de mudança, de vida e de morte, como sempre aconteceu e como sempre acontecerá. A nós, humanos e restante cadeia animal, apenas temos de conviver com ela, ao seu modo, á sua vontade. É sempre de lamentar o sucedido no Japão, país empreendedor, moderno e de gente trabalhadora. Dizem que estão habituados a estas coisas, mas está á vista de todos que para certos fenómenos nenhum ser nem nenhuma nação se podem preparar. Também não duvido da sua capacidade de recuperação e a curto prazo estarão novamente de pé e a dar cartas no panorama internacional. Quando não é a natureza a pregar partidas são os obreiros humanos que agitam a vida de todos. Na politica e na economia o panorama nacional e internacional mudou e cá estamos na “habitual” crise. Lá por fora, no mundo árabe as pessoas andam revoltadas e agitadas, querem uma vida melhor e mais justiça. No mundo ocidental está a decorrer uma feroz “guerra” económica entre blocos onde os mais fracos vão caindo. Não pertencem ao escalão superior e acabam por ceder e por ficar ainda mais dependentes, mais fracos, mais vulneráveis… mais pobres. Como se costuma também dizer: “enquanto for lá fora…”, ou melhor, costumava-se dizer porque nos dias de hoje a coisa já não funciona assim. A globalização não perdoa e já não nos podemos dar ao luxo de estar orgulhosamente sós. Aliás já nem a uma pessoa é permitido estar só pois cada vez mais estamos ligados entre nós, não por laços afectivos mas pela evolução diária da tecnologia da comunicação. Não sei se estamos a dar passos em frente ou se na realidade estamos a andar de lado. No meu querido país, desde Janeiro, as coisas mexeram um pouco e já cá temos os nossos amigos do FMI. Não fico nada espantado com isso mas preocupa-me, afinal passamos todos pelo mesmo e não me sinto feito da mesma massa da maioria. Desde o sempre festejado e enaltecido 25 de Abril já é a terceira vez que estes senhores nos “orientam” as contas. Um verdadeiro atestado de incompetência não só aos nossos promissores e arrojados senhores políticos mas também ao povo de uma nação com 800 anos de história. Não vou entrar em pormenores nem dar a minha opinião, tão pouco vou culpar quem quer que seja e muito menos dar uma solução. A minha experiência de vida já me ensinou que estou por mim e por quem de mais perto me rodeia. Continuo a fazer pela vida, ajustar-me e prevenir-me, fazer o que posso como posso. É esta a minha luta de vida, fazer por ser feliz num mundo que sinto estar a entristecer a cada dia que passa. Como também se costuma dizer: “Vamos seguindo, ao sabor do vento…”. Cuidem-se…