segunda-feira, abril 26, 2010

Pais após o casamento dos seus filhos.

Quase no final do mês de Abril e ainda sem ter tido alguma ideia para uma nova publicação decidi procurar um tema na NET. Decidi salientar um tema muito importante na sociedade actual, muitas vezes também foco de muitos problemas que passa pela relação com os pais após o casamento dos seus filhos. Nem sempre se trata de uma relação fácil, muitas vezes de forma consciente ou inconsciente podem provocar mesmo o fim de uma relação. Além da independência do casal, recém casados ou não, muitas vezes poderão também ocorrer problemas de falta de privacidade, nomeadamente ingerência nos assuntos do casal. Nesta relação entre pais e filhos a tomada de decisão, quando necessária, nunca é tomada de animo leve, os laços são muito fortes e muitas vezes as partes não aceitam bem as criticas. Durante a pesquisa encontrei uma publicação bastante interessante, sobre este mesmo tema, o mesmo está assinado por Madalena Dias na secção fichas de leitura no site http://www.emspublinet.com/. Apreciei e partilho convosco:

O que aparentemente é uma questão banal e instituída socialmente, consiste num dos maiores paradigmas relacionais e está associado a muitos divórcios ainda na era actual. Trata-se do encontro e adequação do papel dos pais no casamento dos filhos.

Teoricamente, com a idade adulta, os filhos passam a ser responsáveis pelas suas escolhas, pelas pessoas com quem convivem e se envolvem, pelo seu dinheiro e profissão. Esta liberdade confere aos filhos, o direito de assumirem as suas opções e de não permitirem as interferências parentais.

Contudo, na prática, as coisas não são bem assim! Por um lado, há filhos muito dependentes dos pais e, nem o casamento lhes permitiu o processo de desvinculação, por outro, há pais tão autoritários que, não aceitam as opções dos seus descendentes e interferem na sua vida conjugal.

Tudo começa desde que nascemos e recebemos as influências do meio. A rapariga constrói o modelo do pai, do irmão e de outros elementos masculinos dados como ideais para um futuro marido. O mesmo acontece com o rapaz e a mãe, a avó, a irmã ou outras influências femininas. Quantas mais pessoas do género oposto se conhecer, mais abertura intelectual teremos e mais facilmente nos ajustaremos numa relação.

O primeiro namoro precisa de ser “aprovado” pelos pais que, supostamente saberão quem melhor se adequa à vida do filho e, com esta atitude ingénua, os filhos estão a mostrar que não são capazes de fazer as suas escolhas. Este facto dá abertura aos pais que, de imediato, se assumem como protectores incondicionais e não sabem quando devem assumir um novo papel.

A ideia de fragilidade dos filhos e que eles serão eternas crianças, está aqui bem presente. Claro que, no casamento, o traço continuará e, daí os problemas e as “colheradas” no seio do casal!

Uma solução começa pelos filhos perceberem que têm essa responsabilidade, que só depois de aceitarem a pessoa em causa é que deverão apresentá-la aos pais como sendo a sua escolha, mesmo correndo o risco de errar e de mudar mais tarde, pois nada é absoluto ou perfeito. Com esta postura, naturalmente os pais percebem que os filhos cresceram e procuram outros centros de interesse para si. Eis que começa o processo de desvinculação que é: aceitação e respeito entre pais e filhos, mas cada um segue o seu percurso de vida, com a manutenção dos laços afectivos.

Os pais não terminam no casamento dos filhos, nem estes só evoluem com a autorização parental. Há um corte necessário na forma de se encararem mutuamente. O rapaz deverá manter a sua relação com os pais que, no fundo são as suas referências e a rapariga igualmente alimentar a relação parental, mas o novo elemento não deverá expor-se a essa transformação. Com o tempo e a reestruturação familiar, naturalmente a nora e o genro passarão a ser aceites, mas é um processo gradual e, nem sempre fácil e óbvio.

O novo elemento deverá concentrar-se na pessoa amada e não nos sogros, pelo que a distância é uma boa opção até que exista consistência relacional e alguma confiança adquirida. Lembre-se de que, primeiro os pais têm de se adaptar à ideia do filho adulto, só depois terão capacidade para aceitar a sua escolha amorosa, por isso, não se envolver no seio familiar é um truque com bons resultados, senão poderá comprometer o casamento mesmo sem que dele tenha tirado partido!

Ao mesmo tempo, o filho precisa de se contextualizar da ideia de casado e de saber como vai lidar com os pais. Sem que se pense no assunto, é aqui que reside a base do casamento bem sucedido: separar os papéis para que se construam de uma forma mais amadurecida.

Muitos casais não chegam a consolidar a relação pela necessidade de aprovação dos pais. Não há erro maior, pois afinal quem é que vai viver com a pessoa?! Ao mesmo tempo, a ideia de que o “filho merecia melhor” é outro estigma que limita a acção da nora ou do genro, pois os pais fazem um retrato de quem gostariam para os filhos.

Este processo é tão normal que os filhos deverão proteger-se, pois caso contrário, terão muitas dificuldades em viver uma relação estável e duradoura. Não cabe aos pais saber como agir, mas sim aos filhos dizer como desejam ser tratados na idade adulta e depois de casados…

De Madalena Dias,

http://www.emspublinet.com/index.php?article=10016&visual=8&id_area=1&layout=20