Desde Janeiro que não escrevia umas palavras aqui no meu blog pois tenho andado bastante ocupado na minha actividade profissional. Hoje regressei ao serviço após umas férias durante a semana santa. A pausa foi curta e encontrei tudo tal e qual deixei, a mesma pendência, o mesmo ritmo, as mesmas pessoas, a mesma cidade… Sinto-me menos cansado e optei por um regresso calmo e controlado. Tal é que resolvi dar uma palavrinha, um desabafo. Desde o meu último texto passaram três meses e muita coisa aconteceu. Atingi os 40 anos e penso que atingi também (mais coisa, menos coisa) o meio da minha vida. Não espero que seja assim uma conta fácil de fazer pois estaria a entrar em contagem decrescente, se bem que estamos nessa conduta desde o momento em que nascemos. Como sempre temos de seguir um dia de cada vez, com calma e gozando o bom e o mau desta nossa vida. Para além do meu relógio biológico também o planeta avança no tempo, também ele envelhecendo e regenerando-se. A natureza vai manifestando aqui e ali a sua essência de mudança, de vida e de morte, como sempre aconteceu e como sempre acontecerá. A nós, humanos e restante cadeia animal, apenas temos de conviver com ela, ao seu modo, á sua vontade. É sempre de lamentar o sucedido no Japão, país empreendedor, moderno e de gente trabalhadora. Dizem que estão habituados a estas coisas, mas está á vista de todos que para certos fenómenos nenhum ser nem nenhuma nação se podem preparar. Também não duvido da sua capacidade de recuperação e a curto prazo estarão novamente de pé e a dar cartas no panorama internacional. Quando não é a natureza a pregar partidas são os obreiros humanos que agitam a vida de todos. Na politica e na economia o panorama nacional e internacional mudou e cá estamos na “habitual” crise. Lá por fora, no mundo árabe as pessoas andam revoltadas e agitadas, querem uma vida melhor e mais justiça. No mundo ocidental está a decorrer uma feroz “guerra” económica entre blocos onde os mais fracos vão caindo. Não pertencem ao escalão superior e acabam por ceder e por ficar ainda mais dependentes, mais fracos, mais vulneráveis… mais pobres. Como se costuma também dizer: “enquanto for lá fora…”, ou melhor, costumava-se dizer porque nos dias de hoje a coisa já não funciona assim. A globalização não perdoa e já não nos podemos dar ao luxo de estar orgulhosamente sós. Aliás já nem a uma pessoa é permitido estar só pois cada vez mais estamos ligados entre nós, não por laços afectivos mas pela evolução diária da tecnologia da comunicação. Não sei se estamos a dar passos em frente ou se na realidade estamos a andar de lado. No meu querido país, desde Janeiro, as coisas mexeram um pouco e já cá temos os nossos amigos do FMI. Não fico nada espantado com isso mas preocupa-me, afinal passamos todos pelo mesmo e não me sinto feito da mesma massa da maioria. Desde o sempre festejado e enaltecido 25 de Abril já é a terceira vez que estes senhores nos “orientam” as contas. Um verdadeiro atestado de incompetência não só aos nossos promissores e arrojados senhores políticos mas também ao povo de uma nação com 800 anos de história. Não vou entrar em pormenores nem dar a minha opinião, tão pouco vou culpar quem quer que seja e muito menos dar uma solução. A minha experiência de vida já me ensinou que estou por mim e por quem de mais perto me rodeia. Continuo a fazer pela vida, ajustar-me e prevenir-me, fazer o que posso como posso. É esta a minha luta de vida, fazer por ser feliz num mundo que sinto estar a entristecer a cada dia que passa. Como também se costuma dizer: “Vamos seguindo, ao sabor do vento…”. Cuidem-se…
terça-feira, abril 26, 2011
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