quarta-feira, março 24, 2010
Aniversário
sexta-feira, março 19, 2010
Saul Vieira
Esta publicação tem um motivo muito especial, trata-se de uma homenagem minha a um tio muito querido, de nome Saul Vieira . É a primeira vez que o vou fazer, e infelizmente faço-o depois da sua recente morte… é sempre assim. O meu tio também tinha um “animigo” (ver post com o mesmo nome em Março de 2006), igual ao meu, e talvez por isso tenha morrido de cancro do pulmão, quem sabe se foi mesmo por isso? Possivelmente terá sido essa a causa, prematura, da sua partida para o céu. Todos sabemos que aplicar a racionalidade á morte de entes queridos é difícil, a perda sabe sempre a grande injustiça, mas prefiro pensar que o seu sofrimento acabou e encontra-se agora em descanso. O Saul era aquele tio sempre bem disposto e divertido, destacava-se dos demais nas festas da família, sendo sempre o motor da boa disposição e o apelador da gargalhada geral. Sempre gostou de beber uns copitos, o que agudizava a sua veia brincalhona e o desinibia ainda mais. Era no fundo o centro das atenções, mesmo para aqueles que não o conheciam, e que criavam rápida empatia com ele. A sua atitude sempre jovem era apelativa ao diálogo, aquelas pessoas com quem falamos sem problemas, era um de nós… um eterno jovem. Na sua oficina peculiar, ou museu como eu lhe chamava, qualquer peça mesmo que insignificante ganhava vida. Era o seu cantinho, onde sentado num banquinho pequeno se ouvia sempre bom fado ou a eterna Banda de Alcochete, de onde era natural. Não foram muitas as ocasiões, a malta casa e depois tem a sua vida, mas no local ainda bebi uns copos e fumei umas cigarradas com ele. Era também uma referência entre amigos e colegas de trabalho, os quais mostraram resignação na sua partida. Penso que a sua grande prisão e sofrimento durante os últimos dois anos deveram-se a não se poder expandir, a sua alma jovem teve de partilhar o corpo de um velhinho, sendo uma incompatibilidade fatal. Se o céu existir é por lá que o iremos encontrar, espalhando alegria e boa disposição.Descansa em paz.
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