Desta vez optei por uma publicação diferente, algo imaginário, algo de diferente. Como sempre o texto é uma partilha, neste caso a partilha de um pensamento recorrente. Como morador na famosa margem sul, faz parte da minha rotina diária a travessia do rio Tejo. Faço-o praticamente todos os dias úteis do ano, excepto quando estou de férias ou por qualquer motivo em que não tenha de vir trabalhar. Faço-o há 17 anos, a travessia de barco, agora nos recentes catamaran’s. Por vezes em tom de brincadeira, e se calhar não me engano, digo que tenho mais horas de mar que a maioria dos almirantes da marinha. Nos últimos tempos, não sei explicar o porquê, quando olho para o rio pergunto-me:
- “E se o Tejo vazasse?”
Imaginem, apenas imaginem, não interessa como, se, de repente, o rio Tejo ficasse sem qualquer água…
Possivelmente, muitos dos marinheiros e capitães,
ou outros, os que vivem do rio,
poderão imaginar como seria.
Eu não.
Não faço a menor ideia como seria.
Mas a minha imaginação faz,
apenas não sei se andarei perto da realidade.
Penso no relevo,
sim,
como ficaria a vista do Barreiro para Lisboa?
De Lisboa para Almada?
De Alcochete para o Montijo?
Penso nas pontes,
sim,
imaginar como seria a vista da ponte 25 de Abril,
imaginar como seria a vista da ponte Vasco da Gama,
imaginar todas as outras a montante,
as suas partes ocultas.
Penso,
tento imaginar,
um verdadeiro tesouro no seu fundo,
um passado perdido, esquecido, ocultado,
uma incógnita.
Penso,
imagino,
automóveis, barcos, esqueletos, armas, talheres, ferramentas,
lixo, lixo e muito mais lixo imagino eu.
Penso,
posso imaginar,
quanta história, quantos crimes, quantos sonhos, quantas vidas,
quanto estará oculto, submerso.
Penso,
vou continuar a imaginar,
continuar a imaginar que imagino,
sem sequer imaginar como seria se vazasse.
Penso,
imagino,
simplesmente,
se vazasse.
- “E se o Tejo vazasse?”
Imaginem, apenas imaginem, não interessa como, se, de repente, o rio Tejo ficasse sem qualquer água…
Possivelmente, muitos dos marinheiros e capitães,
ou outros, os que vivem do rio,
poderão imaginar como seria.
Eu não.
Não faço a menor ideia como seria.
Mas a minha imaginação faz,
apenas não sei se andarei perto da realidade.
Penso no relevo,
sim,
como ficaria a vista do Barreiro para Lisboa?
De Lisboa para Almada?
De Alcochete para o Montijo?
Penso nas pontes,
sim,
imaginar como seria a vista da ponte 25 de Abril,
imaginar como seria a vista da ponte Vasco da Gama,
imaginar todas as outras a montante,
as suas partes ocultas.
Penso,
tento imaginar,
um verdadeiro tesouro no seu fundo,
um passado perdido, esquecido, ocultado,
uma incógnita.
Penso,
imagino,
automóveis, barcos, esqueletos, armas, talheres, ferramentas,
lixo, lixo e muito mais lixo imagino eu.
Penso,
posso imaginar,
quanta história, quantos crimes, quantos sonhos, quantas vidas,
quanto estará oculto, submerso.
Penso,
vou continuar a imaginar,
continuar a imaginar que imagino,
sem sequer imaginar como seria se vazasse.
Penso,
imagino,
simplesmente,
se vazasse.