terça-feira, outubro 19, 2010

Tempos de crise e a crise dos tempos…

No nosso modesto (não para todos) pais os tempos andam convulsos. São tempos de crise onde as componentes social e económica andam de candeias às avessas. Na realidade essas mesmas componentes da sociedade nunca se deram bem, numa verdadeira relação de amor-ódio. No fundo convivem na mentira onde a economia jamais se preocupa com o social, absorvendo-a consoante se encontre saudável ou não. Já o social, quer por regra ou incapacidade, não se preocupa com a economia, consumindo-a sem pensar no futuro da relação. Trata-se de um sistema imposto pelo Homem para o Homem, onde algum Homem vai “alimentando-se” de outro Homem. É uma forma de sociedade onde na equação da sobrevivência o factor social pouco peso tem, simplesmente uns creditam e outros debitam. Quando a relação azeda toda a sociedade se apressa a “culpabilizar” a economia, esquecendo-se do social, esquecendo-se do Homem.

Quem vem seguindo as minhas publicações já deve ter-se apercebido que a palavra Homem é para mim central. Digo-o porque o Homem desde a sua origem é o ser vivo que mais deixa a sua pegada no nosso mundo. Temos hoje, nem todos, consciência que não são boas as pegadas, salvo raras excepções. O Homem é um ser inteligente, está capacitado com um cérebro que aprende e desenvolve, mas cada espécime é diferente de outro, não existindo, nesta matéria, qualquer dúvida. O Homem vive em sociedade mas não é “nada social”. O Homem não está a saber viver em harmonia com o seu mundo nem consigo próprio, esgota recursos naturais e esgota-se enquanto espécie. A continuar assim vai acontecer-lhe o mesmo que às restantes espécies, vai-se extinguir! Também já não é a primeira vez que escrevo sobre isto, e não querendo ser repetitivo apenas pretendo alertar para a actual situação. A cada Homem é permitido fazer algo, por muito pouco que seja, para começar a inverter todo um processo de autodestruição, para muitos involuntário. Mas a diferença está nos detalhes, há que começar por algum desses detalhes, por mais ínfimo que pareça.

Eu sou Homem, já me apercebi da situação e já alterei alguns detalhes, mas estou limitado a mim mesmo. Posso contribuir para melhorar o meu universo mais próximo, a minha “área” de intervenção, o que me rodeia. E falo de todos os detalhes, desde capacitar-me de mais e mais informação, de aprender cada vez mais e de parar… apenas para pensar. Faço-o à minha maneira e aprendi a agir, a reagir e a obter resultados. Pequenos detalhes como apagar sempre as lâmpadas em divisões sem ninguém permite-me poupar energia, poupar o planeta e a carteira. Conduzir mais devagar no automóvel permite-me poupar combustível, poupar o planeta e a carteira. Utilizar a mesma garrafa de água, enchendo-a quando vazia, durante uma semana, permite-me poupar o planeta e a carteira, etc.

Existe um custo, pessoal, de privação ou bem estar, de hábito ou qualquer outro. Tudo na nossa vida tem um custo, com ou sem retorno, mas na actual situação qualquer detalhe, por muito pequeno que seja… conta!

2 comentários:

Marta disse...

Subcrevo, tudo.

:)

beijo

teresa disse...

Mais uma vez, uma reflexão pertinente, um verdadeiro grito de alerta. Pensar, reflectir, mudar o que podemos mudar, evoluir, responsabilizar.Fazer a diferença.
Parabens pela inteligência emocional e social, pelo percurso realizado, por te teres tornado um cidadão pro-activo, consciente, digno.