terça-feira, agosto 29, 2006

A Noite e a Metafísica

Científicamente define-se a Noite como o período ocorrido durante a rotação da Terra, conhecido como dia em que não é recebida a luz do Sol, uma determinada região encontra-se na parte escura do planeta ou seja, é o período do dia compreendido entre o pôr e o nascer do sol. O seu período de duração varia consoante a estação do ano e o local da Terra onde se encontra: é maior no inverno e menor no verão; maior nos pólos, menor nos trópicos.

Por outro lado, a Metafísica é um ramo da filosofia
que estuda o mundo como ele é. A saber, é o estudo do ser ou da realidade e ocupa-se em procurar responder a perguntas tais como:

- O que é real?

- O que é natural ou sobre-natural?

O ramo central da metafísica é a ontologia
, que investiga em quais categorias as coisas estão no mundo e qual a relação destas coisas entre si. A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluíndo a existência e a natureza do relacionamento entre os objectos e as suas propriedades, espaço, tempo, casualidade e possibilidade. Em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres, uma especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser.

William James, teólogo Swedenborgiano notavelmente excêntrico, definiu algures a Metafísica como "apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza". Pensar metafisicamente é pensar, sem arbitrariedade nem dogmatismo, nos mais básicos problemas da existência. Os problemas são básicos no sentido de que são fundamentais, de que muita coisa depende deles. O pensamento metafísico é difícil, e com efeito, seria provavelmente válido afirmar que o fruto do pensamento metafísico não é o conhecimento, mas o entendimento. As interrogações metafísicas têm respostas e, entre as várias respostas concorrentes, nem todas poderão ser verdadeiras...

Certo dia Aristóteles disse: "Procurar a prova de assuntos que já possuem evidência mais clara do que qualquer prova pode fornecer é confundir o melhor com o pior, o plausível com o implausível e o básico com o derivativo," (Física, Livro VIII, Cap. 3 ). Um problema metafísico surge quando se verifica que tais dados não parecem concordar entre si, que têm aparentemente, implicações que não se revestem de coerência entre si. A tarefa, então, é encontrar alguma teoria adequada à remoção desses conflitos.


O intelecto do homem não é tão forte quanto a sua vontade, e os homens, geralmente, acreditam no que querem acreditar, particularmente quando essas crenças refletem o mérito próprio entre os homens e o valor de seus esforços. A sabedoria não é, pois, o que os homens buscam em primeiro lugar, procuram uma justificação para aquilo em que crêem seja o que for.

Moral da História: De Noite sou Metafísico!

2 comentários:

Anónimo disse...

Só tu me farias vir ler um texto destes a estas horas. Gostei imenso. E vejo com agrado que a tua ida à Grécia te incutiu pensamentos filosóficos. Aristóteles foi um exemplar mestre "dos que sabem". As ideias dele, de Platão e Sócrates são apaixonantes e têm toda a razão de ser se as soubermos ler com atenção. A ideia de Aristóteles que falas no teu texto creio que é conhecida como a Teoria das causas, ou o conhecimento das causas. Até assenta nela aquilo que falamos há pouco tempo: tudo pressupõe uma causa e nada acontece por acaso. É como se tudo se movesse em circulos concêntricos sempre a tender para um fim, e todas as coisas se separam em função do lugar a que vão pertencer naturalmente. Isto é lindddooooooo! Aristóteles até preferia que chamassem Lógico em vez de Metafisico ao seu pensamento, e fazia todo o sentido! A Lógica era uma arte, de saber orientar o pensamento de modo que nos impeça de cair em erro.
Os metafísicos são um bocado esquisitos para o meu gosto (à noite és metafisico? então à noite andas perdido). Acho que por vezes parecem estar num universo um bocado irreal e chegam a atingir as proporções de esquizofrenia. Como se inventasse um jogo no qual ele vai ao encontro daquilo em que quer acreditar e acaba por vezes com atitudes ou comportamentos que no fundo representam as suas atracções, repulsões ou sentimentos reprimidos. E isolam-se! E como diz Aristóteles, o homem é um ser social e nem o mais sábio se pode dedicar totalmente à meditação. Se viver isolado, ou é um deus ou uma besta. Se me dizes que à noite és Metafisico, ao menos sê-o com a lógica. E esta, 24 horas de preferência. Bjsss

Joaquim Costa disse...

Esta minha nova vocação de Metafísico tem para já uma causa... insónias! Uma guerra constante entre a vontade de dormir e de pensar... questionar! Beijos!