quinta-feira, junho 24, 2010

A vida no campo.

Para muita gente começa a fazer sentido voltar à vida no campo. A espaços ouve-se, aqui e ali, as pessoas queixarem-se da vida dura nas grandes cidades, quer pelo número de habitantes, quer pelo eterno consumo de tempo dispendido em transportes, pela poluição e falta de espaços verdes ou mesmo total presença da natureza. Para alguns, principalmente pessoas na faixa etária entre os 30 e 40 anos de idade, começa a ser saturante a deslocação diária para o seu local de trabalho. Neste escalão as pessoas começam a sentir algum cansaço, o mesmo pode derivar de profissões bastante exigentes ou mesmo de algum tédio diário, uma rotina desconfortável que por vezes é de tal forma absorvente isentando a possibilidade de praticar qualquer outro tipo de actividade. No fundo as pessoas levantam-se e vão trabalhar, regressando mais tarde para jantar e dormir, repetindo este registo anos a fio. Para quem está a pensar voltar ao campo, ou mesmo para aqueles que nunca lá estiveram e queiram dedicar-se, nem que seja por hobbie, à vida de agricultor, seguem algumas dicas sobre batatas pois a matéria é bastante extensa.

Comecemos por tirar algumas dúvidas:

- Plantar ou Semear?

Após consulta no sitio na internet Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, genericamente, plantar e semear são sinónimos. Para as pessoas que trabalham no campo, plantar é colocar no terreno uma planta em fase de desenvolvimento, e semear é lançar a semente ao terreno. O arroz pode ser semeado se as sementes forem directamente colocadas no terreno, e pode ser plantado se as pequenas plantas criadas nos viveiros forem implantadas no terreno para a segunda fase do desenvolvimento. Em relação às batatas, os lavradores dizem semear e utilizam, nomeadamente, batatas de semente.

Fonte: A. Tavares Louro, Semear ou plantar batatas?, ciberduvidas.sapo.pt

- Como plantar batatas?

Segundo o sitio na internet As Nossas Vozes, Jornal On-Line do Agrupamento de Escolas da Lajeosa do Dão, para semear as batatas é preciso lavrar a terra para que ela fique mole e deixe entrar a água mais facilmente. De seguida, é tempo de semear: abrimos uns buracos, colocamos as batatas, com um bom grelo, em carreirinha, um bocadinho afastadas umas das outras, e deitamos um punhado de adubo junto de cada batata. Tapamos o rego com terra e esperamos que a batateira venha à luz do sol. Temos que continuar a tratar da batateira: sachar, tirar as ervas daninhas, regar, manter a terra húmida e sulfatar e, ainda, matar as pragas. Chegou a altura de colher a batata, isto é: arrancar as batatas e, cozidas, fritas ou assadas, chegam à mesa das pessoas.

Fonte: Rui Romão, Como se semeiam as batatas?, asnossasvozes.blogs.sapo.pt/21077.html

Como disse anteriormente existe na internet muita informação acerca de temas ligados à terra, falamos agricultura, jardinagem, bem como toda a sua componente acessória.

No entanto a decisão de mudar de vida deve ser bastante ponderada, trata-se de uma mudança radical que implica automaticamente uma melhoria na qualidade de vida. Para quem tem família, principalmente dependentes, a questão deve ser debatida em conjunto verificando todos os cenários possíveis, mesmo os piores.

A saída dos grandes centros leva à “perda” de recursos ou serviços básicos que estavam próximos, bem como algumas “garantias” e mecanismos associados aos direitos dados por determinados empregadores.

Infelizmente, para algumas profissões onde fosse possível, a estrutura empresarial em Portugal ainda não encara bem o trabalho à distancia. Seria uma componente bastante eficaz para ambas as partes, retirando assim toda uma série de componentes logísticas associadas à presença obrigatória no local de trabalho. Retiravam-se pessoas aos grandes centros, aliviavam-se as já saturadas e ineficientes redes de transportes, poupavam-se recursos naturais e aliviava-se o consumo e dependência energética, bem como se dividia a disposição territorial evitando os grandes aglomerados habitacionais. No fundo seria a descentralização populacional e uma nova forma de estar, na vida, no trabalho e com a natureza.

Para lá caminhamos… resta saber quando será assim.

1 comentário:

Teresa disse...

Caro amigo, parabens pela escolha do tema!
Houve tempos em que a terra era valorizada como o maior dos tesouros. Era objectivo de vida, garantia de rendimento e sustento, sinal de riqueza, motivo de orgulho.
Hoje, terra é apenas o incómodo resíduo que se sacode dos sapatos antes de entrar nos modernos apartamentos das grandes cidades, onde, muitas vezes nem é possível abrir uma janela, em edifícios cada vez mais altos, cada vez mais longe da terra, mas nem por isso mais perto do céu...
A moderna geração urbana voltou costas à natureza, desenraizou-se, literalmente. Há crianças que pensam que a fruta nasce nas caixas do supermercado e que uma galinha é um caldo "knorr"(outra modernidade nefasta) com pernas!
Se, no percurso inevitável da modernidade e do progresso, a geração urbana persistir nos erros sobejamente conhecidos, como a destruição de recursos naturais, as consequências podem ser a catástrofe.
A solução possível será mesmo... o regresso à terra.
Felizmente, já são conhecidos muitos casos de sucesso. estou a lembrar-me de uma comunidade de cidadão holandeses que, há vários anos, deixaram o seu país de origem para se instalarem, à beira-rio, numa pequena aldeia perdida na Beira, distrito de Coimbra, chamada Meda de Mouros, a terra dos meus pais, que me orgulho de sentir também como a minha. Esses cidadãos holandeses foram bem recebidos e integraram-se completamente na comunidade local. E - sei- nunca se arrependeram da a decisão que tomaram e são muito felizes. Fundaram uma comunidade agrícola, com aproveitamento da energia do sol e do vento, plantam e cozinham tudo o comem. E não, nunca vi por lá nenhuma plantação de "cannabis sativa-L"...
É urgente a reconciliação do homem com a natureza,é urgente criar raízes. E lançar à sementes de esperança!...